Las Peliculas

Smallville – Um homem não tão de aço

“Eles podem ser grandes pessoas, Kal-el… Eles desejam ser… ” – (Jor-El, interpretado pelo eterno Marlon Brando no filme Superman de 1977)

Ao contrário dos outros posts, peço apenas a você, amigo / leitor, que tente lê-lo com duas situações em vista:
- um mundo mais justo, talvez com heróis com ou sem poderes, seria muito melhor.
- um pouco de fantasia não faz mal a ninguém e você acredita nisso (mesmo que no seu dia-a-dia não). Entre no “faz-de-conta” e divirta-se.

Estou para fazer esse post há mais de 4 meses. Sim! Se você não sabe, Smallville acabou no dia 13 de Maio (recomendo ler o post mais imparcial do site Omelete). Alguns fatores me levaram a demorar tanto: uma neurose de rever TODOS EPISÓDIOS das 10 temporadas, um obsessão de pesquisar sobre diversos personagens na mitologia, além de um paralelo (assistindo 2 temporadas) para entender o porquê de Lois & Clark não ter tido o sucesso da série do menino super-poderoso de Pequenópolis. Ah, e lógico: um ciclo de trabalhos que quase não me permitiu aguentar o tranco. Para não enlouquecer com a correria em que vivo no momento, resolvi parar um tempo e escrever esse post… Por isso, aqui estamos…

Não dei muita bola quando ouvi o nome “Smallville” pela primeira vez. Não associei ao herói. Um dia, alguém me explicou que era a história do Clark Kent ainda em sua cidade Natal. Realmente fiquei interessado, uma vez que nos filmes só tínhamos um “resumo” do que era sua vida lá. Alfred Gough & Miles Millar arriscaram certeiramente ao trabalhar o conceito.

Você pode não ser fã de Superman, mas não há como negar que o Piloto da série é um dos melhores retratos do herói enquanto ser habitante da Terra. A maneira como trabalharam o relacionamento com os pais, amigos de escola, Lana Lang e sua fraqueza-mor: kryptonita verde. Isso tudo contextualizado à realidade dos dias de hoje, onde temos internet, celulares e diversas outras tecnologias. Isso, acredito, foi muito bem inserido nessa versão da mitologia. A história é contada de uma maneira tão crível (lembre-se dos pontos do começo do post) que é aceitável até a inserção de Lex Luthor como alguém próximo à idade de Clark e residente em Smallville.

Durante a série tivemos diversos altos e baixos (como em qualquer série que consegue durar mais do que 5 anos). As primeiras 3 temporadas são ótimas e caminhavam para algo fiel ao que conhecemos. À partir da 4ª temporada começamos a sentir a tendência da série. Lois Lane entra na parada mostrando que o que conhecemos caminhava para algo diferente. A princípio eu sempre achei que a idéia era a série terminar enquanto “Smallville” e, uma vez que ele se tornasse Superman, a série viraria algo como “Metropolis” e continuariam ainda com Tom Welling a história por lá. Não foi assim, mas não posso dizer que não gostei do destino. A jornada que comprometeu um pouco…

Lex Luthor, Lana Lang, Lois Lane (incrível a quantidade de “LL”, não? rs), Perry White, Oliver Queen (Arqueiro Verde), Jimmy Olsen (bela maneira de retratar, by the way), Zod, Arthur Curry (Aquaman), Bart Allen (Impulso, em uma das realidades filho do Flash), entre centenas de outros personagens como a Sociedade de Justiça da América e a Legião. A cada aparição percebíamos a melhora da história do episódio e consequentemente, ápices na série. Sinceramente, a série não atingiu o nível de estabilidade de comédias em geral por conta dos “apelos” dos roteiritas e produtos ao longo dela. Personagens como Apocalipse (Doomsday) aparecendo e forçar a barra entre Lana Lang e Lex Luthor (momento Dawnson’s Creek da série) realmente derrubaram a audiência e paciência de fãs da série. Tanto que os índices são claros depois da 4ª temporada. Uma vez que resolveram parar com essas “baboseiras” a série voltou aos seus eixos. Eu compararia as 2 últimas temporadas ao mesmo nível das 3 primeiras.

Alguns pontos que acho muito legal em Smallvile e devem ser destacados:

- Clark Kent foi tratado na série como um humano com super-poderes, mas acima de tudo, um humano. As dúvidas e questionamentos que surgem ao longo dos episódios, ao meu ver, encaminham seu destino a se tornar o salvador da humanidade. Você consegue ter empatia pelo personagem e, apesar de todas as perdas e resgate de poderes ao longo da série, ainda assim monta sua personalidade enquanto ser superior e justo. Uma música que mostra isso perfeitamente é “Superman” da banda Five for Fighting. Vale a pena!

- Lex Luthor não é um cara mal por natureza. O ambiente e escolhas feitas que o tornam um dos maiores inimigos da história dos quadrinhos. Assim como Clark, nós vemos sua jornada culminar no vilão que todos conhecemos (seja por qual mídia for).

- Não importa o quão legal um herói seja, o que o faz ser o que é são seus inimigos. Isso Smallville soube retratar na sua maioria das vezes (por favor, Apocalipse só faltava o zíper do Spectroman para ser pior) perfeitamente. Além do próprio Lex Luthor, muitos apareceram para encaminhá-lo para seu destino. Nas “pesquisas”, é o que me leva a crer o fracasso da série predecessora “Lois & Clark”, onde tínhamos inimigos até conhecidos na mitologia do herói, mas retratados mais para a comédia do que para ficção em si.

- Como pôde durante todos esses anos “a melhor repórter do incrível Planeta Diário e uma das melhores do mundo” não conseguir perceber que Clark Kent e Superman são a mesma pessoa? Para mim, sempre foi um ponto a se destacar. Apesar de Margot Kidder ser a única que conseguiu esse feito ser possível (assista os filmes de Richard Donner e repare que ela praticamente não olha para ele, sempre de relance e já com o preconceito), Teri Hatcher e Noel Neil (principalmente a primeira) seriam perfeitas imbecis se não descobrissem quase de imediato a verdade. Em Smallville eles conseguiram torná-la menos idiota e fazer jus à fama da personagem. Apesar de ousado, acredito que essa seria o verdadeiro mérito de Lois Lane: descobrir até quem era o misterioso salvador com o símbolo S. Mesmo com todo o medo que tinha da cagada que poderiam fazer, ganhou meu respeito por terem quebrado esse estigma defasado da mitologia do Superman. Ponto para os roteiristas!

- Mesmo com falhas, analisando toda a série, conseguiram finalizar mantendo a idéia original e, apesar de todas as falhas no meio do caminho que é comum numa série de ficção tão extensa (vide “Arquivos X”), abriraram e fecharam com chave de ouro. Deveram um pouco aos fãs ver Tom Welling realmente vestido com a fantasia (no último episódio não temos uma visão total frontal, lateral ou sequer real, apenas CG), mas não compromete o intuito que é mostrar antes de se tornar Superman. Vale muito à pena ainda assim.

Quanto pensei em escrever esse post, tinha centenas de idéias e contextos para embasá-lo. No entanto, além de demorar de mais para fazê-lo, nunca acharia o caminho perfeito para terminá-lo. Portanto, resolvi trazê-lo mais para o pessoal como sempre fiz nos meus post ao invés de trabalhar uma análise fria e absoluta.

Há um mês mais ou menos vi um retweet da opinião de Grant Morrison sobre a diferença entre o Batman e Superman: “Superman passou a infância colhendo feno em uma fazenda e é um herói da classe operária, por isso as pessoas não gostam dele. Já o Batman é um bilionário que dorme até as três da tarde, veste uma roupa de borracha e sai pra dar porrada nos pobres.”. Ressalvas à análise social, mas a idéia é brilhante! Todos nós podemos ser o Batman (vide Sheldon Cooper sobre isso… rs) com as ferramentas apropriadas, mas nunca poderemos ser o Superman. Além de super-poderes, ele é um “Jesus Cristo fictício”, ou seja, nunca nos decepcionará tal qual nunca seremos como ele. Ele é um ideal intocável. Achar o meio-termo entre isso e sua humanidade é o que Smallville consegue fazer… Durante a série temos diversos exemplos do que aconteceria se Clark Kent se desvirtuasse de seu caminho, e o fato dele ter crescido numa fazenda com ótimos pais que eram Jonathan e Martha Kent o encaminhou para o bem.

É normal ouvir as pessoas dizendo “Superman não tem graça! Ele pode tudo!”. Por muito tempo eu pensei assim… No entanto, não é esse aspecto que pego do personagem… É seu senso de justiça, de melhorar sempre e em momento algum fazer o mal ao próximo. Preservar a vida acima de tudo e utilizar seus dons para algo bom para humanidade e seu próximo. Alguém já ouviu esses preceitos em alguma religião? rsrsrs… Brincadeiras à parte, para mim é isso que temos de levar do Superman.

Fale o que for, mas é muito comum vermos crianças adorando Superman, querendo voar e ter poderes… Muitas delas por sofrer o famoso bullying na escola (essas adorariam mais ser o Batman pra descer o cacete nos moleques), outras por ainda serem puras suficiente para acreditar na bondade. Em verdade, não seria melhor todos pensarmos assim? A vida nos inflinge diversas atrocidades que nos faz deixar de acreditar até em algo maior. Existindo Deus ou não (não me importa sua religião nesse contexto… mesmo…), pensar que podemos ser melhores e mais justos não faz mal a ninguém… E, sinceramente, isso que está faltando no mundo…

A base do que é o Superman é resultado de amigos bons, experiências boas com os que o rodeiam e, principalmente, educação! Isso faz com que ele seja quem é… Com ou sem poderes (como é demonstrado na série), ele é o Superman. A perfeita definição de “incrível” se encaixa ao personagem, com ou sem poderes. Somos humanos e falhos, por isso não conseguimos acreditar existir alguém como ele… Mas sendo através do Superman, Jesus, Alá, Budda, Bob Esponja, ou qualquer outro personagem do mundo, é sempre possível querer ser melhor… Basta você acreditar e tentar…

Filosofias à parte: se você começou a ver Smallville e parou no meio do caminho (diria entre a 5ª e 8ª temporada), tente assistir todas e finalize a saga. Vale muito à pena.

Acho que é isso… Desculpe pelo sentimentalismo barato em algumas partes, mas estava precisando jogar essas besteiras para fora… rsrs… Espero que tenha gostado e, como sempre, comente… A idéia desse blog é ser como uma conversa descontraída num café no trampo, ou ainda, uma bela cerveja com amigos no bar… Sem vocês, são só palavras largadas…

Abraços e sinceros agradecimentos se chegou até aqui… “Up, up and away!”


Harry Potter e a Mágica no Cinema

“Naturalmente está acontecendo dentro da sua cabeça,mas por que é que isto deveria significar que não é verdadeiro?” – (Alvo Dumbledore)

A saga acabou! Filas ao redor do mundo para ver o último filme do mago mais famoso desde o eterno Merlin. Fico pensando se daqui a uns 200 anos “Harry Potter” e outros nomes da série ainda surgirão como referência de magia…

Achei que escreveria antes sobre Smallville (calma!! Estou terminando a oitava temporada e as últimas semanas estão tribuladas… rsrs), mas não resisti em fazer alguns comentários sobre o desfecho da versão cinematográfica. Vamos lá…

Harry Potter e as Relíquias da Morte

A primeira vez que ouvi falar de Harry Potter foi com meu ex-sogro que era fissurado por livros. Lembro dele comprando ainda no lançamento do primeiro livro no Brasil e dizendo que “era a história de um bruxinho que está entrando na escola de magia, e blá-blá-blá”. Juro que tive tanto interesse pelo livro quanto uma criança tem por política internacional… rsrs. O tempo passou, outros livros foram lançados e chegou às telas “Harry Potter e a Pedra Filosofal”. Chris Columbus é um grande diretor e soube manter a essência do livro no primeiro filme e seu sucessor, “Harry Potter e a Câmara Secreta”. No entanto, foi no “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” que me fisgou de verdade.

Como já comentei em outros posts, é quase impossível como manter a linguagem do livro e ficar realmente bom. Adaptações se fazem necessárias para não entediar o público, e foi isso que a Warner percebeu nos filmes seguintes… “Azkaban” foi bem mais “cinematográfico” e “ágil” mesmo deturpando a linearidade do impresso, sem perder a essência. Foi perceptível nos extras dos filmes que J.K. Rowling ficou insatisfeita com o sacrifício efetuado, mas Alfonso Cuarón fez um ótimo filme e achou o tom para os demais filmes da série, mesmo tendo sido substituído por Mike Newell (“Donnie Braco”, “Príncipe da Pérsia” e “Quatro Casamentos e um Funeral”).  “Harry Potter e o Cálice de Fogo” e “Harry Potter e a Ordem da Fênix” sofreram um pouco na fidelidade ao livro, mas contextuaram bem o que acontecia no enredo… “Harry Potter e o Príncipe Mestiço” foi o filme preparatório para o grand finale e, na minha opinião, peca um pouco por não mostrar mais da história de Voldemort e suas similaridades com Harry, mas não compromete no geral. O que nos leva a “Harry Potter e as Relíquias da Morte”.

O filme foi dividido em 2 partes, o que achei sensato devido ao nível de detalhes que seriam necessários serem explicados. A direção ficou novamente por conta de David Yates, diretor inglês com poucos blockbusters no currículo, salvo os 2 filmes anteriores da série. Se você lê o livro (acabei comprando a versão em inglês logo que saiu), percebe que tem uma extensa parte de enredo sem ciclo nenhum sendo fechado… Tanto que quando perguntavam “Onde você está no livro? O que é que está acontecendo?”, e acabava sempre dando a resposta “Estou na página XXX e ainda não aconteceu nada…”. Era tanta intriga e amadurecimento psicológico dos personagens, além de muita parte política, que ou explicava-se tudo ou não havia o que definir como ponto alto. Somente quando um personagem carismático morre é que temos um ponto relevante para ser comentado. No filme essa dinâmica é completamente diferente…

A morte citada acima é exatamente o ponto que divide a parte I da II. No entanto, muitas coisas que são explicadas em detalhes na primeira parte no livro acabam sendo um pouco maçantes, e na película se tornam mais agradáveis de ver. Cenas como as conversas de Harry e demais personagens, ou mesmo reflexões de todos, no filme vai muito da interpretação dos atores que, particularmente, acredito que tenham evoluído bastante desde “a Ordem da Fênix”, mas ainda precisam de “um tempero”. Mesmo sem tantas cenas de ação, é mais divertido passar o tempo no filme do que lendo essa parte (tenho certeza que apanharei de muitos amigos por conta dessa frase… rs). A verdade é que respeitaram o clichê “deixar o melhor pro final”.

O último filme fechou com “pomo de ouro” a saga como pouco na história do cinema no que se refere a fenômenos mundiais. Não há dúvidas de que o mérito em sua grande parte é à ótima história escrita pela J.K. Rowling, mas o roteiro adaptado de Steve Kloves (que além de todos filmes da série também fez o roteiro do novo Spiderman) redime qualquer erro anterior nos demais filmes da saga! É divertido… É emocionante… Tem romance na medida certa… Drama também… Mesmo tendo cenas mais extensas no final do que no livro, não aborrece em nada mesmo ficar alguns minutos a mais com a bunda na cadeira. Vale cada centavo gasto (até da pipoca amanteigada e refrigerante…rs).

Vou sempre lembrar desse filme ao longo do meu eterno vício por cinema com um carinho extra, afinal, são 10 anos acompanhando a saga por 2 mídias distintas. Recomendo que vá ao cinema mais próximo e assista o filme. 3D é opcional mas ainda assim dá pau nos Smurfs bombados de James Cameron.

Queria dedicar esse posts a alguns amigos que sei que curtem Harry Potter e/ou incentivam meus posts: Camis Takemoto, Simone Trovão, Renata “Muuu” Mendes, Heloísa Gaspar, Carolina “Sabugeiro” Canton e Carlos “Dementador” Magno.


X-Men: First Class – Entre o impresso e a película

“Espero que Erik saiba que um homen que esquece os pecados passados está fadado a repeti-los.” – (Charles Xavies – Fabulosos X-men #44)

Muito bem… Muito bem… Estou de volta com minhas resenhas sobre filmes… Na verdade ia escrever sobre o filme “Thor” a pedidos da amiga Simone Trovão, mas a época conturbada não me permitiu… Estou preparando (estudando) um post sobre o final de Smallville (Sim!!! Ele virou o Superman!!! Não é demais??? rsrsrs), mas esse vai demorar por conta da nostalgia e insanidade do processo. Afinal, re-assistir uma temporada por semana não é algo que pode se dizer “normal”… rsrs… Mas enquanto não termino a odisséia, vamos ao X-Men:First Class…

X-Men: First Class

Stan Lee é um gênio! Atribuir há quase 50 anos os poderes de super-heróis à Genética por si só já foi um marco… Criar personagens críveis e psicologicamente “analisáveis”… E por fim, contextualizá-los a uma sociedade preconceituosa e amendrotada pela suas habilidades… Até nos dias de hoje isso dá uma bela história!! rsrs. Realmente fez com que qualquer moleque acostumado com desenhos animados “blood-free” e gibis da Turma da Mônica e Disney saltassem um nível na escala da literatura.

Para quem acompanha comics é bem nítido o desespero (e muitas vezes até apelo) das editoras/roteiristas para manterem leitores e expandirem as franquias. Sabe-se lá quantas vezes heróis e vilões morreram e voltaram das cinzas no processo, mas realmente é quase impossível ter uma história com aspectos temporais, mantendo a integridade dos personagens e sem sacrificar alguns leitores no processo. Como citei no meu post do filme “RED”, eu tive esse “salto” para o mundo de comics lendo X-men pela primeira vez aos 12 anos… Até então era muito raro alguém da mesma faixa etária conhecer e praticamente possível não chamá-los de “Xis-men”… rsrs… Desde então “chapei” no negócio e comecei a percorrer bancas e sebos atrás de revistinhas da época da Abril para completar minha coleção… Tenho a edição nº 01 de Wolverine no Brasil (Saga de Madripoor), Arma X original, e diversos outros especiais que saíram ao longos dos anos… Fissurei na saga e por muito tempo discutia por horas a mitologia com colegas, além do sonho de, quem sabe um dia, tornar-me um Homo Superior… Antes que pergunte: sim… Eu sempre fui meio bobo assim… rsrs

Anos se passaram e eu parei de ler por uns tempos X-Men… Nesse meio-tempo o desenho animado começou a passar na TV e inevitável aconteceu: virou febre no Brasil! Wolverine se tornou um nome conhecido, mutante era um termo comum e Ciclope deixou de ser uma figura mitológica… Quem lia os gibis tinha ressalvas quanto ao desenho mas, apesar disso, muito da essência estava lá.nAcredito que isso mudou um pouco na chegada do primeiro filme em 2000.

Alguns amigos da ETFSP me mostraram um artigo de jornal com os supostos atores que fariam os papéis dos mutantes mais famosos do planeta. Dentre eles, o não tão conhecido Russel Crowe estava como favorito para o Wolverine, Patrick Stewart já era, sem dúvidas, o escolhido para o papel de Charles Xavier, e um ator que me decepcionou não ter aceito (ou sequer convidado) foi Clint Eastwood para Magneto. Não há o que falar sobre o grande Sir Ian McKellen, mas quem acompanhou os desenhos feitos ao longo dos anos há de concordar que os traços são próximos (e no caso de Jim Lee, idênticos) ao eterno Dirty Harry. Bom… 2 ou 3 anos depois chega ao cinema X-Men… Fui na estréia com alguns amigos assistir o filme e minha reação imediata foi de incredulidade em como eles haviam mudado toda a origem dos heróis. Levei uns bons minutos de filme para digerir o que estava acontecendo… Adaptação para o cinema nunca é 100% fiel e acredito que foi nesse filme que comecei a sentir isso na pele… Porém, tirando o apego ao original e a falta de sanguinolência de Wolverine (que virou galã de 1,80m mesmo sendo chamado de “nanico” nos gibis), o filme é acima da média e não decepciona como poderia acontecer.

Apesar de ver muitas falhas na trilogia e no filme “X-men Origens:Wolverine”, o entretenimento sempre foi garantido. Algo que também acontece no último filme da saga. James McAvoy como o jovem Professor X ficou bem divertido (uma faceta não tão mostrada no gibi). Michael Fassbender tem uma pegada mais “Magneto” do que o próprio McKellen, não no aspecto físico, mas até quanto à expressão facial de revolta tão inerente a Erik Lensherr. Alex Summers também tem ficou muito legal, assim como a Mística. Banshee tem um aspecto mais “moleque” do que aparentava nos gibis. Moira McTaggert com Rose Byrne deu um aspecto mais sexy à personagem e, na minha modesta opinião, poderiam ter explorado alguns personagens clássicos a mais uma vez que reconstruíram a origem, como Forge, Cristal e (seria bem interessante) Longshot. Mas é querer demais e arriscar que joguem 23894 mutantes na história e prejudique a história (acredito que o filme do Wolverine tenha sofrido um pouco por conta disso…).

Algo que ficou bem legal foi Kevin “Footloose” Bacon como Sebastian Shaw. O Rei Negro ganhou uma estética mais moderna e, em certos pontos, mais cruel. No entanto, não ficou bem definido o Clube do Inferno que, na era clássica dos X-Men, teve um peso enorme nas sagas (afinal, não existiria Fênix Negra sem a interferência do Mestre Mental). E acredito que sejam esses detalhes que mais se perdem nas adaptações.

Pelo que li no Omelete (um site que sigo constantemente e recomendo para quem curte Comics, Filmes e Séries), já estão cogitando a sequência do filme. Não tenho dúvidas que será um sucesso de bilheterias como todos os outros. Contudo, acredito que assim como está acontecendo com Spiderman, um boot viria bem a calhar na franquia. Adaptações são muito legais e dão vida aos personagens que tanto amamos em livros e histórias em quadrinhos. No entanto, acredito que roteiristas abusam demais na hora de adaptar. Como sempre digo em conversas sobre X-Men: VOCÊ NÃO MATA O XAVIER, BICHO!!! rsrsrs… Pode até matar, mas dê uma seqüência para explicar o que aconteceria… Faça uma mini-série e “encham o ânus” de dinheiro como o George Lucas faz… Há espaço para isso… No entanto, há lapsos enormes na história em si, ainda mais se comparadas aos quadrinhos (ou você acha que alguém que leu X-Men por um tempo ficou feliz com o tiro que derrubou dezenas de gibis explicando a paralisia de Charles Xavies?? I don’t think so… rs)

Acredito que esses é apenas um dos exemplos que deve se ter um cuidado ao adaptar lendas de mais 40 anos. Enquanto Hollywood não dedicar uma atenção a esses aspectos, sempre teremos uma certa revolta com (e dos) xiitas do gênero. Mas se você é uma pessoa normal que apenas gosta de cinema, não tenha dúvidas de que irá se divertir demais com o filme.

Sendo você de qualquer uma das “gangues” supracitadas, deixe seu comentário me xingando ou concordando com o que disse. É muito legal ter esse feedback se você teve saco pra chegar até aqui… Valeu!!!


Cisne Negro – O sacrifício pela perfeição

“A única pessoa no seu caminho é você mesma!” (Thomas – interpretado por Vincent Cassel)

No momento em que começo a escrever, estou assistindo “O Profissional” de Luc Besson. Após sair do cinema deu vontade de voltar no tempo e ver a Natalie Portman no início de carreira. É incrível como uma criança daquela idade consegue ter tamanha imponência na tela.

Desde cedo sempre tive uma queda por ela. Talvez por conta de ser a mãe de Luke e Leia Skywalker (Hey, geek é a mãe!!), ou pelo jeitinho “mulher com um sorriso de menina”, mas ela com certeza estaria meu Top 10. Não é a toa que sempre escuto dizerem que a minha “muié” parece com ela… rs. Estética à parte, vamos ao que interessa: a atriz.

Natalie já contracenou com atores de todos os níveis. Com Al Pacino e Robert De Niro em “Fogo contra Fogo”, com um grande elenco na comédia “Marte Ataca”, dentre eles Jack Nicholson, Michael J. Fox, Glenn Close, Danny De Vito e outros mais. Além disso, não há maneiras de esquecê-la como “the disarming lady” de Jude Law em “Closer”. Padmé Amidala nunca será a mesma depois daquela peruca rosa (uh-la-la…). Eu sei que você está lendo isso e (talvez) dizendo: “Mas por que diabos ele está falando tudo o que já sei/assisti/li?”. Na verdade, é só para fazer a ponte da minha linha de raciocínio para explicar minha modesta opinião sobre o “Cisne Negro”.

Black Swan

Encontrar artistas que se sacrificam pela arte não é fácil… Temos alguns exemplos de mudanças radicais na estética corporal ao longo dos anos que, por mais que mudasse radicalmente (até pro futuro) o corpo, ainda assim os artistas arriscaram… Um exemplo de grande ator que fez isso é Robert De Niro em “Touro Indomável” que ganhou peso para interpretar o papel de Jake La Motta. Há quem diga que o rosto dele nunca mais foi o mesmo depois daquele filme. Outra atriz que passou por isso foi Renée Zellwegger para interpretar os 2 filmes de Bridget Jones. É absurda a diferença dela entre “Jerry Maguire” e esse dois onde ela está chubby. A própria Natalie Portman é um dos exemplos… Quem assistiu a adaptação da obra de Alan Moore para os cinemas, “V de Vingança” (um dia ainda escreverei sobre esse filme mesmo já tendo um bom tempo do seu lançamento), presenciou a cena onde Evey Hammond é torturada e tem seu cabelo raspado. Talvez um processo mais simples que pelo qual ela passou em “Cisne Negro”, mas também difícil (machismo à parte, é mais complicado para uma mulher raspar a cabeça do que para um homem). E ainda assim ela aceitou mais um desafio ao encarar o papel da bailarina Nina Sayers.

Nina é uma bailarina exemplar e faz papel de coadjuvante numa peça do diretor Thomas Leroy (interpretado pelo “Sr. Belluci”, Vincent Cassel), que percebe de sua bailarina principal não tem mais o mesmo resultado com o público como ele gostaria. Eis que ele decide criar uma adaptação “mais visceral” do “Lago dos Cisnes” e procura a substituta para Beth MacIntyre, interpretada por Winona Ryder. Quando Nina é selecionada entre as bailarinas propensas a ganhar o papel, começa a sua jornada.

Para ela, ballet é vida. É aquilo com que ela sonha e vive. Isso é nítido desde a primeira cena do filme. Por isso, todos os movimentos de Nina são sincronizados e perfeitos. Toda essa busca pela perfeição seria perfeita para o papel da Princesa Odette. No entanto, simetria e precisão não é o que melhor se encaixa ao outro personagem que a mesma dançarina teria que interpretar, a irmã má de Odette, Odile. Eis a origem do nome “Cisne Negro”. No momento em que Nina decide lutar para convencer Thomas de que é capaz de caminhar/dançar entre os dois mundos, inicia-se uma sequência de situações estranhas, porém cativantes, que te faz ficar preso na poltrona para saber onde termina a realidade e começa o mundo onírico desperto.

Ouvi diversos (e divergentes) comentários sobre o filme. Desde um cretino que levantou xingando na sessão, passando por pessoas com conhecimento vasto em filmes e cultura pop, chegando até às críticas de “especialistas” em cinema. Ao meu ver, o filme não é o melhor da minha vida… Mas merece todo o respeito e tempo (e dedicação) suficiente para digestão do mesmo. No geral, ele é muito tenso… Sente-se um desconforto ao subir os créditos… Algo físico mesmo… Fecho esse parágrafo apenas reiterando algo em que acredito e muito: não vá ao cinema ver “Platoon” esperando que seja como “Corra que a polícia vem aí”, ok?

Mas voltando ao filme: há quem diga que a menina simplesmente pira na pipoquinha no filme. No entanto, seria simplificar demais e (provavelmente) tirar o verdadeiro mérito do filme (e de Darren Aronofsky).

Para ela, perfeição era o que funcionava! Perfeição no passos… Perfeição na postura… Perfeição no ritmo… Perfeição como filha… Perfeição como ser humano (vide-a defendendo Beth MacIntyre no camarim)… Tudo nela é movido pela perfeição.. Pelo correto… Pelo “dito” correto… Quebrar o ciclo é dolorido demais… No entanto, percebe-se no filme a consciênca de que seria necessário “sair do quadrado” para crescer no meio artístico… É perceptível a sensação de “última chance” intrínseca no processo de escolha da protagonista… Assim como uma atriz, como seria Nina capaz de entender o papel de Odille, a Cisne Negro, se tudo em sua vida era harmônico e “branco”. Ela sequer beirava a fronteira entre os 2 mundos… Com a personagem de Mila Kurnis (Lily), Nina vê a oportunidade de descobrir esse lado… Como se fosse sua nêmesis, elas se envolvem numa amizade conturbada, regada a sensualidade e competitividade, aonde as 2 duelam pela atenção de Thomas e degladiam subliminarmente pelo papel. Nesse processo, nós acompanhamos a sanidade de Nina se esvair em obsessões e medos. Suas atitudes mudam com todos ao seu redor e, no decorrer do filme, acompanhamos os receios dela (principalmente observando a sua antecessora esmaecendo após sua aposentadoria forçada). Tudo caminha para o clímax como toda boa história que é bem contada.

Não gosto de estragar final de filme, por isso, prefiro apenas deixar em aberto um pensamento para (quem sabe) discutirmos em breve: se tudo para ela era perfeição, talvez até mesmo a ausência dela fosse algo em que ela precisava praticar para atingir o máximo possível dessa “assimetria”. E como interpretar algo que não se conhece? Que não se sente? Não seria o caso de ter que trilhar essa estrada para, às suas regras, atingir a excelência dela? E se tudo deve ser perfeito, até mesmo a imperfeição, observar seu futuro em pessoas ao seu redor não faria você querer o ápice da sua profissão e vida? Em suma: até que ponto devemos classificar a loucura como algo invonlutário?

Talvez eu esteja voltando às aulas de faculdade com o professor Roberto Coelho onde discutíamos diversos contextos para um mesmo filme, mas acho que esse é o melhor atributo de filmes como “Cisne Negro”: pensar… Não é um blockbuster onde você senta e assiste sem se importar com que está acontecendo… É uma obra que precisa da sua empatia… Por isso, entre no filme… Situe-se… E acima de tudo: pense!!! Talvez você não esteja acostumado e possa doer um pouco no começo (hehehe), mas é melhor do que se abster de descobrir novas visões do mundo…

Acho que é isso… Assista e volte, pois aguardo seus comentários…

Ah! E acredito que Natalie leva a estatueta esse ano… E você?


RED – Aposentadoria com um toque de C4

“Nunca imaginei que diria isso de novo, Frank: é hora de pegar o porco!!!” – Marvin Boggs

Tenho que admitir: apesar de adorar comic books, meu repertório é relativamente irrelevante. No entanto, graças a Hollywood, é possível visualizar um pouco do que há de legal nesse universo.

Comecei a ler X-men com 11 anos através de um grande amigo meu. A primeira história que peguei em mãos foi da edição 43 da Editora Abril, onde os 8 integrantes que passaram no portal agora viviam na Austrália e essa história tinha o Wolverine matando um humano que havia sido infectado pela Ninhada com o punho no queixo dele (“snikt!”). Apesar de fazer cerca de 18 anos, lembro da sensação de euforia por achar um gibi com “tamanha violência”. Com o tempo, a inocência vai se perdendo e você buscar por mais. Sandman, Watchmen, Hellblazer e alguns outros. Muitos deles já foram convertidos em películas com resultados adversos. E é por isso que eu resolvi escrever esse post com minha modesta opinião sobre RED.

Red - Movie

Admito que não tinha lido o gibi quando vi o trailer do filme, mas realmente me interessou. Afinal, com Bruce Willis, John Malkovich, Morgan Freeman e Helen Mirren (como assassina!?!) no elenco, Back in the Saddle (Aerosmith) fantasticamente editada no trailer, e Frank Moses suavemente saindo de um carro rodopiando para atirar no bandido, só se você REALMENTE odiar filmes de ação para não querer correr pro cinema, pegar a pipoca e não desgrudar da poltrona até os créditos.

Uma das decisões que tive ao ver o filme (e normalmente tenho para filmes de livros/quadrinhos) é, uma vez que não li o gibi/livro, evitar fazê-lo antes de assistir. Motivo simples: em 99% dos casos, a história escrita tende a ser melhor de longe. E assistir ao filme já com um conceito pode estragar a experiência.

Foi com a mente limpa que me dirigi ao cinema para ver RED. Apesar de ter lido críticos dizendo que Willis estaria como um pseudo-John-McClane, percebe-se de saída que a proposta está longe disso. Há uma forte veia cômica ao redor do personagem mas não diretamente dele, algo que temos nitidamente nas frases de efeito da saga Die Hard. Lendo depois os quadrinhos de Warren Ellis que encontrei na web (e com certeza comprarei), Moses tem um perfil mais sanguinário e (quase) psicótico. A ambientação tanto do impresso quanto do filme é similar, mas souberam adaptar para o cinema de maneira pertinente.

RED - Frank Moses no gibi e na película

Os personagens inseridos na adaptação tornam o filme divertidíssimo de se assisitir. Morgan Freeman dispensa comentários. Como citei acima, Helen Mirren bancando uma assassina incorrigível na pele de uma dama convence só por visualizá-la nessa situação. Mary-Louise Parker faz o papel do “caso” de Frank Moses (que no gibi é uma funcionária administrativa da CIA) e está muito divertida como donzela em perigo. Mas quem rouba a cena do filme com certeza é John Malkovich.

Não há como negar que ele nunca teve a aparência mais sã do mundo, mas nesse filme elevaram ao extremo essa característica. Eu desafio qualquer ser humano normal não dar sequer uma gargalhada com seu papel de Marvin Boggs, um ex-agente paranóico e obcecado por conspirações governamentais. Eu classificaria como quase impossível.

Tá bom… tá bom… Há tempos que Hollywood não traz roteiros realmente originais e sem se basear em livros, gibis ou jogos (sem contar os remakes). Realmente o filme parte muito mais pro lado cômico ao invés do político que é mais forte na mini-série em quadrinhos, mas se você gosta de filmes de aventura de qualidade com pitadas certas de humor, pegue a(o) namorada(o) ou um amigo e veja a sessão mais próxima. Se você não se divertir, pode vir me xingar aqui.

Acho que é isso… Bom filme!!!


Tropa de Elite: ficção da realidade

“É perigoso ter razão quando o governo está errado.” – (Voltaire)

Uma vez eu estava almoçando com um grupo de amigos e clientes. Um deles, que considero bastante e respeito pelo seu conhecimento, disse-me que não entendia como era possível ele ter computador, celular, agenda, palm, liberdade e não conseguia se organizar, enquanto o Marcola administrava o PCC inteiro com apenas uma caneta, caderno e telefone. Se ele que era uma pessoa que entendia de diversos assuntos nunca havia ponderado a situação, acredito que muitas outras não. Nesse momento eu disse a ele o que acreditava (e hoje, mais do que nunca, tenho certeza): o Marcola não passa de um RP. Realmente é impossível alguém conseguir tamanha façanha com recursos tão limitados. A pergunta é: quem então é responsável? Aí que entra o filme supracitado “Tropa de Elite 2“.

Tropa de Elite 2 - O inimigo agora é outro

O foco do filme foi completamente mudado em relação ao primeiro. Enquanto no Tropa 01 você tinha um “tapa na cara” da classe média, mostrando que o patrocinador e maior responsável pelos problemas de tráfico era o consumidor, nesse há o resultado do ciclo. Jargões à parte (“Quem quer riz, faz rir”, “Bota ele no saco”, etc), o filme é cativante do começo ao fim. José Padilla repete o formato de ação com extremo bom gosto, respeitando a história e não deixando a desejar em relação às mega-produções hollywoodianas, salvo budget que não há comparação. Até geram indignação ao ver o início do filme como um carro de rally com tanta propaganda). Wagner Moura mantém seu estilo “Pede pra sair” e vemos no segundo filme que o personagem treinou bem o de André “Matias” Ramiro.

Em uma época onde estamos com Tiririca ganhando, Mulheres Frutas, moleques (também) frutas de bandinhas efêmeras do início do milênio, um ex-prefeito-ex-governador tentando se eleger sobre escândalos e um fantoche oco do sistema operante, assistir a esse filme faz pensar bastante.

Vemos um paralelo muito forte com o que temos na realidade brasileira nos dias de hoje: favelas tomando conta das cidades (no caso, Rio de Janeiro), políticos corruptos (quase pleonasmo utilizar essas 2 palavras juntas nos dias de hoje), apresentadores de TV que se aproveitam da miséria e violência para fazer sua fortuna, abuso de poder e falta de treinamento da polícia, entre diversos outros. O diretor consegue manter todos esses elementos se cruzando durante o filme para o desfecho realmente fazer você sair conectando esses itens ao seu cotidiano. No meu caso, a sensação que me gerou ao final é de frustração. Não é revolta… Acredito que essa fase já passou há um tempo… Sobra aquele sentimento de impotência perante um sistema tão sujo que não parece ter solução (Talvez Raul Seixas!).

Quanto mais o filme vai se desenrolando, e você vai acompanhando a saga dos personagens (principalmente do Nascimento), começa-se a notar a inutilidade de uma democracia uma vez que o controle é feito através da mídia e decidida por pessoas que não têm o nível cultural mínimo pra votar. E esse mesmo sistema não vai trabalhar pra melhorar esse povo, pois acarretaria na perda de votos nas campanhas através de mentiras mascaradas em campanhas falsas e antiéticas.

Tropa de Elite 2 - Coronel Nascimento

Como um jogo de xadrez, todos não passamos de peões. Trabalhamos, lutamos, estamos à frente da violência, aprisionamo-nos em nossos lares, somos sacrificados todo mês para que o Rei e outras peças mais “importantes” mantenham seu status e subjuguem sua oposição, quando na verdade o interesse político deveria focar no que é melhor para o povo.

Saí do cinema dizendo que preferi o primeiro filme ao segundo. Talvez pelos clichês e apelo socio-político explícito desse. Mas hoje entendo que não é fácil enfrentar seus medos. E o que assisti naquelas 2 horas aproximadamente de filme é que a realidade é praticamente aquela. E isso é o que me assusta.

É muito fácil assistir filmes americanos com cenas de ação onde o mocinho salva tudo e garante o “american way of life”. A violência desse gênero é forjada, caricaturada e em sua grande maioria, fictícia (não… John McClane não seria tão duro de matar.. rs). Mas aquela que vemos no filme é algo tocável.

É aquela história de um amigo do amigo que soube através de um primo de que alguém foi morto na boca. É um conhecido que sabe do sistema de propina que rolou no senado (e talvez ainda role) mas ninguém sabe. É a realidade presente nas nossas vidas apenas em forma de película com pipoca (amanteigada) e refrigerante. Você consegue imaginar aquilo. Você vê fatos próximos àqueles. Tudo é crível e palpável.

Por incrível que pareça, aquele filme retrata exatamente minha opinião sobre a política brasileira nesse momento. Aquele filme explica o motivo de eu votar nulo há 2 eleições. Responde diversas perguntas do porquê dessa minha atitude. Nada mais democrático do que eu escolher os meus governantes sem ser obrigado a isso (voto facultativo é para outro post) . Prometo não reclamar do governo que assumir, se você conseguir me dizer que não votou no “menos pior”. Tropa de Elite 2 é um bom filme para você que gosta de aventura, humor bem construído, e sente de alguma maneira a impotência que todo brasileiro em sã consciência deve estar sentido nesse momento em que vivemos.


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