“Espero que Erik saiba que um homen que esquece os pecados passados está fadado a repeti-los.” – (Charles Xavies – Fabulosos X-men #44)
Muito bem… Muito bem… Estou de volta com minhas resenhas sobre filmes… Na verdade ia escrever sobre o filme “Thor” a pedidos da amiga Simone Trovão, mas a época conturbada não me permitiu… Estou preparando (estudando) um post sobre o final de Smallville (Sim!!! Ele virou o Superman!!! Não é demais??? rsrsrs), mas esse vai demorar por conta da nostalgia e insanidade do processo. Afinal, re-assistir uma temporada por semana não é algo que pode se dizer “normal”… rsrs… Mas enquanto não termino a odisséia, vamos ao X-Men:First Class…
Stan Lee é um gênio! Atribuir há quase 50 anos os poderes de super-heróis à Genética por si só já foi um marco… Criar personagens críveis e psicologicamente “analisáveis”… E por fim, contextualizá-los a uma sociedade preconceituosa e amendrotada pela suas habilidades… Até nos dias de hoje isso dá uma bela história!! rsrs. Realmente fez com que qualquer moleque acostumado com desenhos animados “blood-free” e gibis da Turma da Mônica e Disney saltassem um nível na escala da literatura.
Para quem acompanha comics é bem nítido o desespero (e muitas vezes até apelo) das editoras/roteiristas para manterem leitores e expandirem as franquias. Sabe-se lá quantas vezes heróis e vilões morreram e voltaram das cinzas no processo, mas realmente é quase impossível ter uma história com aspectos temporais, mantendo a integridade dos personagens e sem sacrificar alguns leitores no processo. Como citei no meu post do filme “RED”, eu tive esse “salto” para o mundo de comics lendo X-men pela primeira vez aos 12 anos… Até então era muito raro alguém da mesma faixa etária conhecer e praticamente possível não chamá-los de “Xis-men”… rsrs… Desde então “chapei” no negócio e comecei a percorrer bancas e sebos atrás de revistinhas da época da Abril para completar minha coleção… Tenho a edição nº 01 de Wolverine no Brasil (Saga de Madripoor), Arma X original, e diversos outros especiais que saíram ao longos dos anos… Fissurei na saga e por muito tempo discutia por horas a mitologia com colegas, além do sonho de, quem sabe um dia, tornar-me um Homo Superior… Antes que pergunte: sim… Eu sempre fui meio bobo assim… rsrs
Anos se passaram e eu parei de ler por uns tempos X-Men… Nesse meio-tempo o desenho animado começou a passar na TV e inevitável aconteceu: virou febre no Brasil! Wolverine se tornou um nome conhecido, mutante era um termo comum e Ciclope deixou de ser uma figura mitológica… Quem lia os gibis tinha ressalvas quanto ao desenho mas, apesar disso, muito da essência estava lá.nAcredito que isso mudou um pouco na chegada do primeiro filme em 2000.
Alguns amigos da ETFSP me mostraram um artigo de jornal com os supostos atores que fariam os papéis dos mutantes mais famosos do planeta. Dentre eles, o não tão conhecido Russel Crowe estava como favorito para o Wolverine, Patrick Stewart já era, sem dúvidas, o escolhido para o papel de Charles Xavier, e um ator que me decepcionou não ter aceito (ou sequer convidado) foi Clint Eastwood para Magneto. Não há o que falar sobre o grande Sir Ian McKellen, mas quem acompanhou os desenhos feitos ao longo dos anos há de concordar que os traços são próximos (e no caso de Jim Lee, idênticos) ao eterno Dirty Harry. Bom… 2 ou 3 anos depois chega ao cinema X-Men… Fui na estréia com alguns amigos assistir o filme e minha reação imediata foi de incredulidade em como eles haviam mudado toda a origem dos heróis. Levei uns bons minutos de filme para digerir o que estava acontecendo… Adaptação para o cinema nunca é 100% fiel e acredito que foi nesse filme que comecei a sentir isso na pele… Porém, tirando o apego ao original e a falta de sanguinolência de Wolverine (que virou galã de 1,80m mesmo sendo chamado de “nanico” nos gibis), o filme é acima da média e não decepciona como poderia acontecer.
Apesar de ver muitas falhas na trilogia e no filme “X-men Origens:Wolverine”, o entretenimento sempre foi garantido. Algo que também acontece no último filme da saga. James McAvoy como o jovem Professor X ficou bem divertido (uma faceta não tão mostrada no gibi). Michael Fassbender tem uma pegada mais “Magneto” do que o próprio McKellen, não no aspecto físico, mas até quanto à expressão facial de revolta tão inerente a Erik Lensherr. Alex Summers também tem ficou muito legal, assim como a Mística. Banshee tem um aspecto mais “moleque” do que aparentava nos gibis. Moira McTaggert com Rose Byrne deu um aspecto mais sexy à personagem e, na minha modesta opinião, poderiam ter explorado alguns personagens clássicos a mais uma vez que reconstruíram a origem, como Forge, Cristal e (seria bem interessante) Longshot. Mas é querer demais e arriscar que joguem 23894 mutantes na história e prejudique a história (acredito que o filme do Wolverine tenha sofrido um pouco por conta disso…).
Algo que ficou bem legal foi Kevin “Footloose” Bacon como Sebastian Shaw. O Rei Negro ganhou uma estética mais moderna e, em certos pontos, mais cruel. No entanto, não ficou bem definido o Clube do Inferno que, na era clássica dos X-Men, teve um peso enorme nas sagas (afinal, não existiria Fênix Negra sem a interferência do Mestre Mental). E acredito que sejam esses detalhes que mais se perdem nas adaptações.
Pelo que li no Omelete (um site que sigo constantemente e recomendo para quem curte Comics, Filmes e Séries), já estão cogitando a sequência do filme. Não tenho dúvidas que será um sucesso de bilheterias como todos os outros. Contudo, acredito que assim como está acontecendo com Spiderman, um boot viria bem a calhar na franquia. Adaptações são muito legais e dão vida aos personagens que tanto amamos em livros e histórias em quadrinhos. No entanto, acredito que roteiristas abusam demais na hora de adaptar. Como sempre digo em conversas sobre X-Men: VOCÊ NÃO MATA O XAVIER, BICHO!!! rsrsrs… Pode até matar, mas dê uma seqüência para explicar o que aconteceria… Faça uma mini-série e “encham o ânus” de dinheiro como o George Lucas faz… Há espaço para isso… No entanto, há lapsos enormes na história em si, ainda mais se comparadas aos quadrinhos (ou você acha que alguém que leu X-Men por um tempo ficou feliz com o tiro que derrubou dezenas de gibis explicando a paralisia de Charles Xavies?? I don’t think so… rs)
Acredito que esses é apenas um dos exemplos que deve se ter um cuidado ao adaptar lendas de mais 40 anos. Enquanto Hollywood não dedicar uma atenção a esses aspectos, sempre teremos uma certa revolta com (e dos) xiitas do gênero. Mas se você é uma pessoa normal que apenas gosta de cinema, não tenha dúvidas de que irá se divertir demais com o filme.
Sendo você de qualquer uma das “gangues” supracitadas, deixe seu comentário me xingando ou concordando com o que disse. É muito legal ter esse feedback se você teve saco pra chegar até aqui… Valeu!!!