“Naturalmente está acontecendo dentro da sua cabeça,mas por que é que isto deveria significar que não é verdadeiro?” – (Alvo Dumbledore)
A saga acabou! Filas ao redor do mundo para ver o último filme do mago mais famoso desde o eterno Merlin. Fico pensando se daqui a uns 200 anos “Harry Potter” e outros nomes da série ainda surgirão como referência de magia…
Achei que escreveria antes sobre Smallville (calma!! Estou terminando a oitava temporada e as últimas semanas estão tribuladas… rsrs), mas não resisti em fazer alguns comentários sobre o desfecho da versão cinematográfica. Vamos lá…
A primeira vez que ouvi falar de Harry Potter foi com meu ex-sogro que era fissurado por livros. Lembro dele comprando ainda no lançamento do primeiro livro no Brasil e dizendo que “era a história de um bruxinho que está entrando na escola de magia, e blá-blá-blá”. Juro que tive tanto interesse pelo livro quanto uma criança tem por política internacional… rsrs. O tempo passou, outros livros foram lançados e chegou às telas “Harry Potter e a Pedra Filosofal”. Chris Columbus é um grande diretor e soube manter a essência do livro no primeiro filme e seu sucessor, “Harry Potter e a Câmara Secreta”. No entanto, foi no “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” que me fisgou de verdade.
Como já comentei em outros posts, é quase impossível como manter a linguagem do livro e ficar realmente bom. Adaptações se fazem necessárias para não entediar o público, e foi isso que a Warner percebeu nos filmes seguintes… “Azkaban” foi bem mais “cinematográfico” e “ágil” mesmo deturpando a linearidade do impresso, sem perder a essência. Foi perceptível nos extras dos filmes que J.K. Rowling ficou insatisfeita com o sacrifício efetuado, mas Alfonso Cuarón fez um ótimo filme e achou o tom para os demais filmes da série, mesmo tendo sido substituído por Mike Newell (“Donnie Braco”, “Príncipe da Pérsia” e “Quatro Casamentos e um Funeral”). “Harry Potter e o Cálice de Fogo” e “Harry Potter e a Ordem da Fênix” sofreram um pouco na fidelidade ao livro, mas contextuaram bem o que acontecia no enredo… “Harry Potter e o Príncipe Mestiço” foi o filme preparatório para o grand finale e, na minha opinião, peca um pouco por não mostrar mais da história de Voldemort e suas similaridades com Harry, mas não compromete no geral. O que nos leva a “Harry Potter e as Relíquias da Morte”.
O filme foi dividido em 2 partes, o que achei sensato devido ao nível de detalhes que seriam necessários serem explicados. A direção ficou novamente por conta de David Yates, diretor inglês com poucos blockbusters no currículo, salvo os 2 filmes anteriores da série. Se você lê o livro (acabei comprando a versão em inglês logo que saiu), percebe que tem uma extensa parte de enredo sem ciclo nenhum sendo fechado… Tanto que quando perguntavam “Onde você está no livro? O que é que está acontecendo?”, e acabava sempre dando a resposta “Estou na página XXX e ainda não aconteceu nada…”. Era tanta intriga e amadurecimento psicológico dos personagens, além de muita parte política, que ou explicava-se tudo ou não havia o que definir como ponto alto. Somente quando um personagem carismático morre é que temos um ponto relevante para ser comentado. No filme essa dinâmica é completamente diferente…
A morte citada acima é exatamente o ponto que divide a parte I da II. No entanto, muitas coisas que são explicadas em detalhes na primeira parte no livro acabam sendo um pouco maçantes, e na película se tornam mais agradáveis de ver. Cenas como as conversas de Harry e demais personagens, ou mesmo reflexões de todos, no filme vai muito da interpretação dos atores que, particularmente, acredito que tenham evoluído bastante desde “a Ordem da Fênix”, mas ainda precisam de “um tempero”. Mesmo sem tantas cenas de ação, é mais divertido passar o tempo no filme do que lendo essa parte (tenho certeza que apanharei de muitos amigos por conta dessa frase… rs). A verdade é que respeitaram o clichê “deixar o melhor pro final”.
O último filme fechou com “pomo de ouro” a saga como pouco na história do cinema no que se refere a fenômenos mundiais. Não há dúvidas de que o mérito em sua grande parte é à ótima história escrita pela J.K. Rowling, mas o roteiro adaptado de Steve Kloves (que além de todos filmes da série também fez o roteiro do novo Spiderman) redime qualquer erro anterior nos demais filmes da saga! É divertido… É emocionante… Tem romance na medida certa… Drama também… Mesmo tendo cenas mais extensas no final do que no livro, não aborrece em nada mesmo ficar alguns minutos a mais com a bunda na cadeira. Vale cada centavo gasto (até da pipoca amanteigada e refrigerante…rs).
Vou sempre lembrar desse filme ao longo do meu eterno vício por cinema com um carinho extra, afinal, são 10 anos acompanhando a saga por 2 mídias distintas. Recomendo que vá ao cinema mais próximo e assista o filme. 3D é opcional mas ainda assim dá pau nos Smurfs bombados de James Cameron.
Queria dedicar esse posts a alguns amigos que sei que curtem Harry Potter e/ou incentivam meus posts: Camis Takemoto, Simone Trovão, Renata “Muuu” Mendes, Heloísa Gaspar, Carolina “Sabugeiro” Canton e Carlos “Dementador” Magno.